domingo, 22 de dezembro de 2013

"O sonho dos heróis"

É sem dúvida um livro que a sua leitura se faz de uma forma simples, contêm um vocabulário acessível. A narrativa deste livro é muito bem desenvolvida, misturando realismo fantástico com alta densidade psicológica. É um livro, acima de tudo, sobre obsessão. E o final é muito, muito, muito surpreendente. Como leitora recomendo a sua leitura. Pode-se dizer que o autor, Bioy, discursa sobre o fantástico e teve que saber descobrir como conciliar as regras gerais da tradição com suas próprias regras, pessoais.
No livro “O sonho dos heróis”, o ambiente imaginativo nasce principalmente das incertezas da memória: “Vejo como num sonho. Antunes ou algum outro afirmou que eu tinha ganho nas corridas mais do que disse ter ganho. Nesse ponto, tudo se torna confuso e disparatado, como nos sonhos. Devo ter cometido algum erro terrível. Segundo as minhas lembranças, o doutor ficou do lado de Antunes e acabamos a lutar com facas à luz da lua.”
“O sonho dos heróis” não é apenas a história de um indivíduo à procura do seu destino, mas também da sua paixão. Mas nada que se aproxime de um romance histórico. Para mim, leitora, Bioy, reconstruiu a época de O sonho dos heróis com lembranças, sem medo de cometer erros, dizendo que o futuro iria ser tão extenso que os destacaria como detalhes sem importância. 
No caso das personagens estas apresentam-se através de diálogos coloquiais, repletos de expressões dialetas, que nos fazem lembrar que estamos num ambiente real, historicamente reconhecível, e não num imaginário. 
E assim como as melhores narrativas de Bioy, “O sonho dos heróis” é um ponto luminoso na história literária argentina. Depois da sua leitura, os bailes de carnaval e os duelos de faca ao luar jamais serão os mesmos.

Capa do livro 

Autor do livro - Adolfo Bioy Casares

Cartaz do livro feito em Layar

Publicado por: Cátia Barbosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário