Em aula foi-nos pedido que elabora-se-mos uma história sobre a diferença. Poderia ser sobre a diferença de culturas e/ou diferentes raças.
Deixamo-vos aqui a nossa história...
O primeiro dia do Rafael na escola
"Era uma vez um menino muito inteligente e carinhoso chamado Rafael. A sua mãe era uma senhora muito bonita, de cor preta e trabalhadora. Era uma mãe muito orgulhosa do seu filho, e tinha o sonho de o matricular na escola do bairro onde vivia.
Sempre que saía para trabalhar, admirava a beleza e a grandiosidade do edifício e sonhava com o dia em que o seu filho passe a frequentar aquela escola em conjunto com outras crianças.
Chegou o tão desejado dia e depois de matriculado, eis que chega o tão aguardado momento, o primeiro dia de aulas.
Rafael chegou ansioso, de mala às costas e com o uniforme novo. Estava emocionado com a possibilidade de poder fazer novos amigos e ter uma professora que lhe ensinasse a ler e escrever, isto porque os seus pais lhe tinham dito que era muito importante estudar para poder ter uma vida melhor.
Enquanto esperava na fila para entrar na sala, Rafael é empurrado por um menino que queria ficar com o seu lugar da fila. Uma das funcionárias viu o sucedido e chamou a atenção do menino. Este ao ser corrigido olhou para Rafael e com tom ameaçador disse-lhe que no recreio acertavam contas.
Entraram na sala. A aula decorreu normalmente e Rafael adorou a professora. Era dócil, comunicativa e tinha muita paciência. Conversou com a turma, deu as boas vindas, contou uma história e deixou a turma desenhar. Chegou a hora do recreio, e o coração do Rafael ficou apertado, mas ganhou coragem e desceu até ao pátio.
Rafael lanchava sozinho, isto porque nenhum colega quis a sua companhia, até que, o menino que o tinha empurrado na fila chegou-se a ele, com mais ou menos dez amigos e começou a insultá-lo e a humilhá-lo dizendo: “negrinho, pedaço de carvão por que não vai engraxar os sapatos”. Rafael ficou assustado, depois sentiu um misto de revolta, tristeza e medo. Os meninos não pararam e começaram a cantar em coro: “... vida de nego é difícil, é difícil como quê,lé,lé,lé,lé ”.
O menino não aguentando mais tanto sofrimento, saiu a correr dali procurando um lugar onde pudesse encontrar um pouco de paz. A professora ao ver o estado desesperador do Rafael vai ao seu encontro e, abraçando-o, pede que conte o que se passou. A professora ao saber o que se tinha passado prometeu ao Rafael que ia conversar com a turma a respeito do que tinha acontecido.
Quando os alunos voltaram para a sala, encontram dois pacotes em cima da mesa da professora. O primeiro está coberto com um lindo papel colorido e estampado, o outro está coberto com papel pardo. A professora propõe aos alunos que escolham o pacote que mais lhes agrade. A maioria escolhe o primeiro pacote e para a surpresa de todos, quando a professora tira os revestimentos, dentro do embrulho “mais bonito” encontrava-se um tijolo e no outro uma caixa de bombons.
Para surpresa dos alunos, ela explica que todos nós somos como aquele pacote, somos revestidos com um papel (a nossa pele), pois Deus, em sua sabedoria, que nos fez diferentes para podermos aperfeiçoar o nosso entendimento pelo respeito, e principalmente testar a capacidade de amar e compreender o próximo. E completou dizendo que todos somos diferentes, mas que cada um de nós tem a sua “própria beleza” seja ela de que maneira ou cor seja. Os meninos envolvidos no “episódio racista” ficaram extremamente envergonhados e pediram perdão ao Rafael. Rafael aceitou o pedido e assim, viveram felizes para sempre."
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