domingo, 24 de novembro de 2013

Entrevista a um emigrante

Há cerca de duas semanas, foi-nos proposto realizarmos uma entrevista a uma pessoa que tenha emigrado e que não esteja a trabalhar na sua área. Apenas hoje aqui publicamos essa mesma entrevista, pois não conseguimos obter uma resposta mais cedo por parte dessa mesma pessoa que não se quer identificar. Deste modo, deixamos aqui o seu testemunho anónimo.

Quais as suas habilitações académicas?
"Sou licenciada em ensino básico."

Que razões a levaram a emigrar?
"Principalmente questões financeiras. Claro que o excesso de professores e o elevado desemprego nesta área também teve a sua influência na hora da decisão. São decisões complicadas de se tomar pois é quase como começar do zero, é a partida para um novo país, é o deixar a família para trás e ir enfrentar o desconhecido. Mas, como disse anteriormente, foram, principalmente, as questões financeiras que me fizeram tomar esta decisão."

Quais as barreiras que a impedem de trabalhar na sua área de formação?
"Como disse anteriormente, o excesso de professores é a principal barreira na minha área de formação. Cada ano que passa são centenas de novos professores licenciados que chegam ao mercado de trabalho e isso acaba por fazer com que o emprego, ou a garantia deste no ano letivo seguinte, seja uma incógnita."

Que tipo de trabalho desenvolve?
"Neste momento trabalho nas limpezas. Se me perguntar se gosto? Claro que lhe vou responder que preferia estar a fazer aquilo por que tanto lutei e em que me licenciei, ou seja, a dar aulas. Mas visto que a vida não me proporcionou isso, agora cabe-me a mim saber lidar da melhor forma com aquilo que tenho. A verdade é que aqui tenho aquela estabilidade que o ensino não me dá. Sei que pelo menos, se nada de anormal acontecer, no próximo ano continuo a ter o meu emprego garantido."

Quais as diferenças que encontra entre o seu país e o país que a acolheu?
"Pode ser estranho aquilo que vou dizer, principalmente por não estar a trabalhar na minha área de formação, mas há mais oportunidades de trabalho, os ordenados são melhores, há uma enorme diversidade cultural, a gastronomia, que por sinal é ótima, mas também, de um ponto de vista negativo, o clima é pior e há sempre a barreira linguística que acaba por dificultar muitas vezes a integração no país que nos acolheu.
Mas quando uma pessoa decide imigrar não é uma decisão que se tome de ânimo leve. É uma decisão que exige uma reflexão muito aprofundada, pesando muito bem os pontos positivos e negativos, tendo bem presente a razão que nos leva a tomar tal decisão. Agora posso estar a trabalhar nas limpezas mas quem sabe se no futuro não estarei a trabalhar noutra área? Tenho é de trabalhar na procura sempre daquilo que é melhor para mim."

Anónimo

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Layar

Aqui deixamos um pequeno vídeo sobre as funções da aplicação do layar. Desfrute desta nova tecnologia através do link www.layar.com e não se esqueça de instalar a aplicação no seu telemóvel.



terça-feira, 19 de novembro de 2013

tão diferentes...mas tão iguais

Após todas as novas aprendizagens que adquirimos sobre a realidade aumentada, foi-nos proposto idealizarmos um breve projeto de educação intercultural com crianças de grupos diferentes, sobre esta mesma temática.

Deste modo, tendo nós, um grupo de crianças de diversas nacionalidades, pretendemos inicialmente tirar uma fotografia de grupo dessas mesmas crianças e utilizá-la como cartaz na aplicação layar.
De seguida iremos, através de conversas informais, perceber qual a nacionalidade e região de cada criança, para assim, na fotografia tirada anteriormente, colocarmos links do centro de turismo de cada cidade, bem como o mapa.
Para além disso, iremos também desafiar as crianças a, cada uma, nos falarem um pouco de como é o natal na sua região, ou seja, quais as tradições. Enquanto a criança fala, estará uma pessoa a filmar para que depois os vídeos sejam colocados no youtube e assim, seguidamente, criar uma aplicação desses mesmo vídeos na fotografia de grupo.


Realidade aumentada

Aqui deixamos alguns trabalhos realizados no âmbito da realidade aumentada, sendo o primeiro relativo à interculturalidade, o segundo à cidade de Coimbra e o terceiro à cidade de Lisboa.



terça-feira, 5 de novembro de 2013

Uma história de diferenças...

Em aula foi-nos pedido que elabora-se-mos uma história sobre a diferença. Poderia ser sobre a diferença de culturas e/ou diferentes raças.

Deixamo-vos aqui a nossa história...

O primeiro dia do Rafael na escola

"Era uma vez um menino muito inteligente e carinhoso chamado Rafael. A sua mãe era uma senhora muito bonita, de cor preta e trabalhadora. Era uma mãe muito orgulhosa do seu filho, e tinha o sonho de o matricular na escola do bairro onde vivia. 

Sempre que saía para trabalhar, admirava a beleza e a grandiosidade do edifício e sonhava com o dia em que o seu filho passe a frequentar aquela escola em conjunto com outras crianças. 

Chegou o tão desejado dia e depois de matriculado, eis que chega o tão aguardado momento, o primeiro dia de aulas. 

Rafael chegou ansioso, de mala às costas e com o uniforme novo. Estava emocionado com a possibilidade de poder fazer novos amigos e ter uma professora que lhe ensinasse a ler e escrever, isto porque os seus pais lhe tinham dito que era muito importante estudar para poder ter uma vida melhor. 

Enquanto esperava na fila para entrar na sala, Rafael é empurrado por um menino que queria ficar com o seu lugar da fila. Uma das funcionárias viu o sucedido e chamou a atenção do menino. Este ao ser corrigido olhou para Rafael e com tom ameaçador disse-lhe que no recreio acertavam contas. 

Entraram na sala. A aula decorreu normalmente e Rafael adorou a professora. Era dócil, comunicativa e tinha muita paciência. Conversou com a turma, deu as boas vindas, contou uma história e deixou a turma desenhar. Chegou a hora do recreio, e o coração do Rafael ficou apertado, mas ganhou coragem e desceu até ao pátio. 

Rafael lanchava sozinho, isto porque nenhum colega quis a sua companhia, até que, o menino que o tinha empurrado na fila chegou-se a ele, com mais ou menos dez amigos e começou a insultá-lo e a humilhá-lo dizendo: “negrinho, pedaço de carvão por que não vai engraxar os sapatos”. Rafael ficou assustado, depois sentiu um misto de revolta, tristeza e medo. Os meninos não pararam e começaram a cantar em coro: “... vida de nego é difícil, é difícil como quê,lé,lé,lé,lé ”. 

O menino não aguentando mais tanto sofrimento, saiu a correr dali procurando um lugar onde pudesse encontrar um pouco de paz. A professora ao ver o estado desesperador do Rafael vai ao seu encontro e, abraçando-o, pede que conte o que se passou. A professora ao saber o que se tinha passado prometeu ao Rafael que ia conversar com a turma a respeito do que tinha acontecido.

Quando os alunos voltaram para a sala, encontram dois pacotes em cima da mesa da professora. O primeiro está coberto com um lindo papel colorido e estampado, o outro está coberto com papel pardo. A professora propõe aos alunos que escolham o pacote que mais lhes agrade. A maioria escolhe o primeiro pacote e para a surpresa de todos, quando a professora tira os revestimentos, dentro do embrulho “mais bonito” encontrava-se um tijolo e no outro uma caixa de bombons. 

Para surpresa dos alunos, ela explica que todos nós somos como aquele pacote, somos revestidos com um papel (a nossa pele), pois Deus, em sua sabedoria, que nos fez diferentes para podermos aperfeiçoar o nosso entendimento pelo respeito, e principalmente testar a capacidade de amar e compreender o próximo. E completou dizendo que todos somos diferentes, mas que cada um de nós tem a sua “própria beleza” seja ela de que maneira ou cor seja. Os meninos envolvidos no “episódio racista” ficaram extremamente envergonhados e pediram perdão ao Rafael. Rafael aceitou o pedido e assim, viveram felizes para sempre."


domingo, 3 de novembro de 2013

O Conceito de Educação Intercultural (parte 2)

Conseguindo um termo comparativo da definição de educação intercultural entre os trabalhos e as definições dadas pela professora o mais relevante é o facto ser uma disciplina onde podemos retirar grandes temas para estudar, temas esses que fornecem bases para que os alunos sejam bem sucedidos e todos possam atingir o seu potencial de desenvolvimento e aprendizagem.

A sociedade atual tem como uma das suas principais caraterísticas a multiculturalidade. A diversidade cultural existente deve, na sua maioria, aos fluxos migratórios.

De acordo com Castles & Miller (1993), “as migrações serão, num futuro próximo, uma das mais importantes variáveis de mudança social (…) ”. Ou seja, são inúmeras as razões que levam as pessoas a deixarem o seu país de origem, desde da procura de estabilidade, de uma vida melhor, desde serem obrigadas por o seu país está constantemente sobre pressões políticas, ecológicas e demográficas, ou por conflitos étnicos. Estas mobilizações de país para país, influência a crescente diversidade cultural existente nos mais diversos países. 

Segundo A. Sales e R. García (1997), a educação intercultural é “Un modelo educativo que propicia el enriquecimiento cultural de los ciudadanos, partiendo del reconocimiento y respeto a la diversidad, a través del intercambio y el diálogo, en la participación activa y crítica para el desarrollo de una sociedad democrática basada en la igualdad, la tolerancia y la solidaridad.” (Um modelo educativo propício ao enriquecimento cultural dos cidadãos, partindo do reconhecimento e respeito pela diversidade, através do intercâmbio e o diálogo, na participação ativa e crítica para o desenvolvimento de uma sociedade democrática baseada na igualdade, tolerância e solidariedade.).

Pieter Batelann (2003), no conselho da Europa, afirma que a educação intercultural “covers two characteristics of education that is appropriate in democratic multicultural societies: (1) «inclusion and participation», on one hand, and (2) «learning to live together», on the other hand.” (Abrange duas caraterísticas da educação que são fundamentais em sociedades multiculturais democráticas: inclusão e participação, por um lado, e aprender a viver juntos, por outro.).

Assim sendo, a educação intercultural consiste no desenvolvimento de uma compreensão e valorização dos outros ao mesmo tempo que se compreende e valoriza o eu. Possibilita uma melhor compreensão do conhecimento, dos limites, das dúvidas e das atitudes de cada um pelo seu confronto, interação e negociação com outras culturas. Requer, por conseguinte, a compreensão do porque é que vemos o mundo do modo que o fazemos e não de outro.

Esta tem como objetivo através da educação dos jovens, criar uma sociedade mais justa em que essa formação visa desenvolver uma melhor compreensão das culturas predominantes nas sociedades modernas; promover uma maior capacidade de comunicação entre elas; contribuir para que as atitudes dos cidadãos sejam adaptadas ao contexto de diversidade cultura e que haja uma maior interação social.

O comportamento em ambiente multicultural é inseparável das relações sociais e a educação intercultural intrínseca à formação da pessoa, enquanto cidadão, pelo que compete a todos nós, e muito particularmente à escola, desenvolver dinâmicas educativas que, envolvendo as famílias e a comunidade, promovam o desenvolvimento pessoal de crianças, jovens e adultos, para o desempenho de uma cidadania ativa e para a construção de sociedades democráticas no respeito pela diversidade cultural daqueles que nela interagem bem como daqueles que nela possam vir a interagir.

Bibliografia:

  • http://ve.ese.ipcb.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=34&lang=pt
  • http://ria.ua.pt/bitstream/10773/7259/1/Contributos%20da%20educa%C3%A7%C3%A3o%20intercultural.pdftt
  • http://hubmiur.pubblica.istruzione.it/web/istruzione/intercultura
  • http://it.wikipedia.org/wiki/Educazione_interculturale
  • http://translate.google.it/#it/pt/
  • http://ve.ese.ipcb.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=34&lang=pt
  • Documento fornecido pela professora da disciplina






"Emigrante" Shaun Tan






Um excelente livro para se "ler".
O livro inspira-se em episódios relatados por imigrantes oriundos de diferentes países e períodos históricos, contando-se, entre eles, o testemunho do pai do próprio Shaun Tan que em 1960 emigrou para a Austrália Ocidental vindo da Malásia.

Se ficaste curioso(a), consulta estes link´s que aqui te deixamos:
http://www.youtube.com/watch?v=vAay4myoEDE
http://www.youtube.com/watch?v=GpoKXTqQYjg

Centro local de apoio à integração de imigrantes - CLAII

O apoio ao imigrante em Portugal faz-se através do Centro Local de Apoio à Integração do Imigrante (CLAII). Este é um serviço de Estado dependente do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, I.P (ACIDI), e gerido pelo Centro de Acolhimento João Paulo II – CBR desde Abril de 2008.


O CLAII é um espaço de acolhimento, informação e apoio descentralizado, que visa a ajudar a responder às questões, problemas que se colocam ao imigrante, com capacidade de interação com estruturas locais, tendo como missão ir além da informação e apoiar o processo de acolhimento e integração dos imigrantes a nível local. 


O CLAII tem como missão proporcionar ao imigrante respostas locais articuladas ao nível das necessidades de acolhimento e integração e ajudar a resolver os seus problemas com eficácia e humanidade, contribuindo assim para uma imagem de um Estado de Direito, com rosto humano que, cumprindo a Lei, quer acolher bem. 


O CLAII de Coimbra situa-se na Rua do Brasil nº 182, 3030-775 Coimbra. É dinamizado por um Técnico do Centro de Acolhimento João Paulo II, que realiza atendimento aos imigrantes tentando dar resposta às questões emergentes. Sempre que necessário, o Técnico articula interinstitucionalmente, tendo por objetivo dar resposta ao problema apresentado, de modo a solucioná-lo no menor espaço de tempo possível.


Este apresenta atendimento integrado nas diversas áreas:
• Legislação
• Regularização
• Retorno Voluntário
• Nacionalidade
• Emprego
• Formação Profissional
• Educação
• Segurança Social
• Reconhecimento de Qualificações
• Saúde
• Alimentar
• Habitação.

Tem como objetivos gerais:
• Promover a integração da pessoa e/ou família imigrante, informando e orientando a nível socioprofissional, escolar, legal, saúde, segurança social, entre outras;
•Estabelecer parcerias com entidades locais;
• Impulsionar e Dinamizar o papel do CLAII ao nível do Distrito;
• Organizar e promover atividades integradoras da população imigrante.

E como objetivos específicos:
• Informar e orientar o imigrante a vários níveis ;
•Articular com os serviços de saúde de forma a proporcionar à população imigrante uma maior acessibilidade a estes serviços;
• Trabalhar em articulação com várias entidades;
• Integrar o imigrante no meio escolar;
• Promover a integração do imigrante através do conhecimento da Língua Portuguesa, na formação e do reconhecimento das competências;
• Divulgação do serviço oferecido pelo CLAII;
• Informar, orientar e incluir o imigrante na comunidade local;
• Consolidar e aprofundar conhecimentos teórico-práticos.



Fonte: http://www.cm-coimbra.pt